sexta-feira, 17 de junho de 2011

LABORATÓRIO DE QUÍMICA


Laboratório de Quimica da Universidade de Coimbra - Final do século XVIII.

LOJA DE BARBEIROS - DEBRET

DR. ARNALDO VIEIRA DE CARVALHO


Dr. Arnaldo Vieira de Carvalho aplicando vacina (1915).

A ENCANTADA


Selo comemorativo sobre a Casa de Santos Dumont - A encantada - Em Petrópolis.

O DESAFIO DAS PRIMEIRAS MÉDICAS BRASILEIRAS




Ana Paula Pires Trindade

Diamantino Fernandes Trindade


Ao longo do tempo algumas mulheres ignoraram o dinamismo patriarcal dominador e mergulharam, sem medo, no dinamismo matriarcal. Uma delas foi a polonesa Marie Curie que, juntamente com Pierre Curie e Henry Becquerel, abriram o caminho para o entendimento da radioatividade. Estabeleceram uma nova técnica para o estudo das substâncias radioativas. Em 1898, descobriram o elemento polônio e foram laureados com o Prêmio Nobel de Física.[1] Quando do falecimento do seu esposo, Pierre Curie, tornou-se a primeira mulher a ocupar uma cátedra na Universidade de Paris que antes era ocupada por ele. Em 1911, Marie Curie foi novamente laureada com o Prêmio Nobel, desta vez de Química, pela descoberta do elemento químico rádio. Durante a Primeira Guerra Mundial orientou a construção de veículos dotados de aparelhos de raios-X que eram utilizados para a detecção de fraturas dos soldados no campo de batalha. Ela era uma das pessoas que dirigia os veículos, carinhosamente chamados de os pequenos Curies. Faleceu, vítima de leucemia, em 1934.

Ao comentar o preconceito machista do seu pai, Lygia Fagundes Telles cita a famosa frase irônica de Freud: Mas afinal o que querem as mulheres? Diz então: da minha parte eu quero apenas entrar para a Faculdade de Direito do largo do São Francisco, respondi ao meu pai. Lembrei ainda que poderia trabalhar para pagar esses estudos.

Em 1837, foi criado no Rio de Janeiro, o Colégio D. Pedro II, uma escola oficial que deveria atender a uma nova proposta: era exclusivo para rapazes e considerado padrão em excelência. Um ano depois, Nísia Floresta fundou, na mesma cidade, o Colégio Augusto Comte que causou polêmica, por instituir uma educação feminina totalmente inovadora para a época. Funcionou por dezessete anos ensinando francês, inglês, italiano, geografia, história e educação física. Por se insubordinar contra a mentalidade patriarcal hegemônica da época, ao manter uma escola que se preocupava mais com a instrução do que o bordado e a costura foi duramente atacada por seus contemporâneos adeptos do dinamismo patriarcal.

Durante séculos a mulher lutou, com muita fibra, para alcançar o direito natural de exercer a profissão médica, contra todas as hostilidades machistas de sempre. Um édito de 1311 concedia o direito de as mulheres praticarem a cirurgia em Paris. No entanto, havia uma clara distinção entre o cirurgião, considerado de uma categoria inferior, e a o médico, que praticava a chamada medicina interna. Não tardou, porém, que esse direito fosse cassado. Em 1322, Jacoba Felicie foi presa e processada pela Faculdade de Medicina da Universidade de Paris acusada de exercer a Medicina, embora fosse registrado que ela conhecia a arte da Cirurgia e da Medicina melhor do que qualquer doutor em Paris.

Existem evidências que a jovem alemã Dorothea Christiane Erxleben (1715-1762) foi a primeira mulher a receber o grau de doutora em Medicina. Estudou na Universidade de Halle e foi diplomada em 1754. Em 1812, James Miranda Stuart Berry (1790-1865) conseguiu o grau de doutor em Medicina pela University of Edinburgh, na Escócia, ingressando nos serviços médicos da Marinha Britânica, servindo na Índia, na Jamaica, Canadá e em outras colônias britânicas, como cirurgião-médico. Somente em 1865, quando faleceu, descobriu-se que era uma mulher.

Elizabeth Blackwell (1821-1910), nascida em Bristol, Inglaterra, tinha firme intenção de tornar-se médica. Aos 20 anos, residindo nos Estados Unidos, ao tentar matricular-se em um curso médico, teve o seu pedido negado por 11 escolas. Pleiteou a sua matrícula no Geneva Medical College [2] de New York e depois de muitas restrições machistas, foi aceita em 1847. Sua irmã Emily foi admitida no Rusch Medical College de Chicago. Em 1849 tornou-se a primeira mulher diplomada em Medicina na América. Após a formatura viajou par a Europa para estagiar nos Hospitais de Paris e de Londres e foi mal recebida. Foi-lhe permitido frequentar, em Paris, o La Maternité Hospital. Retornou aos Estados Unidos, juntamente com sua irmã Emily e a médica alemã Marie Zakrzewska e fundaram o New York Infirmary for Women and Children. Este hospital abriu as portas para todas as médicas que desejassem frequentá-lo. Mais tarde, ela ajudou a fundar a National Health Asociation, foi a primeira mulher admitida no British Medical Register e lecionou na primeira faculdade inglesa de medicina para mulheres, a London School of Medicine for Women.

Como vimos, no século XIX, as estudantes de Medicina eram mal recebidas por seus colegas nas universidades americanas e europeias. No final do século XIX, esse pensamento canhestro ainda era comum no Brasil e a própria legislação proibia o acesso das mulheres aos cursos superiores. A carioca Maria Augusta Generoso Estrella, nascida em 10 de abril de 1861, filha de Maria Luiza e Albino Augusto Generoso Estrella, foi a primeira mulher brasileira e sul-americana a se formar em Medicina. Teve educação exemplar no internato do Colégio Brasileiro, dirigido por Madame Gross, onde aprendeu piano, canto, Português, Francês, Inglês e prendas domésticas. Com apenas 12 anos, em 1873, interrompeu o aprendizado e viajou à Europa com o pai, visitando alguns países. De volta a Portugal, desembarcou em Funchal, na Ilha da Madeira e durante seis meses estudou no colégio Villa Real. Retornou ao Brasil e voltou a estudar no Colégio Brasileiro. A sua personalidade marcante é registrada por Silva[3] que transcreve uma matéria do Diário Carioca, de 23 de abril de 1950, que resgatava um pouco da história brilhante de Maria Augusta. Cita um fato interessante da viagem de retorno de Funchal para o Rio de Janeiro:

Salvou, certa vez por força de decisão pessoal, passageiros, tripulação e bagagem do vapor inglês Flamsteed, em que viajava de Funchal para o Brasil. Foi assim: no terceiro dia de travessia avista-se o couraçado inglês Blorimphon que, em pleno oceano pede ao Flamsteed, por meio de sinais, os últimos jornais europeus. Entendeu, todavia, o Comandante Brown do Flamsteed de dar uma prova de cortesia, abordando o Blorimphon, para entregar pessoalmente os jornais pedidos. Custou-lhe caro, porém, semelhante afoiteza porque o Flamsteed se atirou violentamente contra a proa do Blorimphon, destruindo alguns dos seus camarotes, fazendo grande rombo no próprio casco. Envergonhado pelo insucesso de sua gentileza o comandante Brown imprime ao seu navio toda a força das máquinas, afastando-se, assim, do encouraçado inglês. Passageiros e tripulação assistem, agora, apavorados, ao navio fazer água, enquanto Brown se recusa obstinadamente a pedir socorro. Confusão! Nesse momento, daquela gente desorientada, vai ao Comandante Brown, e, resoluta, suplica-lhe que peça socorro ao Blorimphon. Vencido pelo apelo daquela menina, Brown manda parar as máquinas, solicita auxilio ao Blorimphon que se aproxima, fazendo-se de logo o transbordo de todos os passageiros, tripulação e bagagem. Momentos depois submergia o Flamsteed. A heroína desta tragédia, Maria Augusta, menina de 12 anos, é saudada por todos a bordo do Blorimphon, comovidos e admirados da sua façanha. Maria Augusta saltou no Rio de Janeiro debaixo de aclamações populares, recebendo as honras de uma autentica heroína. Trajava-se, então, de marinheiro, amostrando no chapéu a fita que lhe presenteara o comandante do Blorimphon e trazendo ainda consigo, presente da tripulação do Blorimphon um talim de ouro da espada do mais jovem oficial de bordo.

Maria Augusta era leitora assídua dos periódicos brasileiros e norte-americanos. Chamou-lhe a atenção, em um desses periódicos, um artigo sobre uma jovem que estudava Medicina em New York. Ficou fascinada com a notícia e, mostrou-a ao pai, que sabia da impossibilidade do estudo no Brasil, pois as faculdades não permitiam o ingresso de mulheres. Mas ela insistiu para que ele fizesse um esforço para que ela pudesse formar-se nos exterior. Um Decreto de três de outubro de 1832 possibilitava esses estudos no exterior. Convenceu o pai que a apoiou nesse empreendimento.

Em 26 de março de 1875, partiu do porto do Rio de Janeiro, com a Senhora Guimarães, uma amiga da família no navio South América para New York, desembarcando em 23 de abril, sendo recebida festivamente pela imprensa norte-americana.[4] Após a legalização dos seus documentos, matriculou-se na Saint-Louis Academy de Oswego, Estado de New York. Um pouco decepcionada com o curso, dois anos depois, solicitou transferência para o New York Medical College and Hospital for Women.[5] O Diário Carioca, de 23 de abril de 1950, relata os problemas encontrados por ela na transferência:

Não foi fácil esta transferência da Saint-Louis Academy para o New York Medical College, onde não era permitida a matrícula a alunos menores de 18 anos. Mas nessa ocasião a jovem destemida encontra recursos para emocionar com seus argumentos a Diretoria do New York Medical College, forçando-a assim a matriculá-la. Convocada uma reunião especial da Congregação para o dia 12 de outubro de 1877 a fim de resolver o assunto, já às 7,30 da manhã, perante a Congregação, Maria Augusta,16 anos mal cumpridos, sobe a tribuna para, ela mesma, defender a sua causa. Admiração! E exclama: cometi, Senhores o delito de ser honesta declarando a minha idade verdadeira. Perdoem-me por isso. Venho de um pais longínquo onde o preconceito me fecha as portas da Academia. Confio que provando conhecimentos suficientes seja admitida neste Colégio como estrangeira, em caráter excepcional. Considerem, ainda, Senhores Professores a projeção que esta deferência terá nas relações dos Estados Unidos com o Brasil. Avaliem o belo exemplo que representará a minha matrícula para o sistema escolar de toda Republica dos Estados Unidos da América. Ao terminar este discurso Maria Augusta desce da tribuna sob aplausos gerais, inclusive dos próprios professores do New York Medical College. Momentos depois a Congregação do aludido Colégio decidiu por unanimidade atender à pretensão da jovem brasileira, permitindo a sua inscrição no exame vestibular. Triunfo!

Os exames foram marcados para 16 de outubro. Respondeu com eloquência às perguntas, e com a inteligência, a perspicácia e o preparo demonstrados nas disciplinas, não deixou dúvida aos examinadores. Foi aprovada com distinção e matriculada no dia seguinte.

Sua conquista, inédita para uma brasileira, foi relatada pelos principais periódicos brasileiros. Seu pai era o representante da Bristol Company no Brasil. Quando, em 1877, essa empresa faliu, ele não podia mais custear os estudos da filha em New York. Albino apelou aos amigos para conseguir a soma necessária para custear os estudos da filha. Conseguiu uma parte do dinheiro que não era suficiente para a empreitada. Por intermédio do Comendador Augusto César de Oliveira Roxo, o Imperador D. Pedro II ficou sabendo do fato, estipulou, por Decreto de janeiro de 1878, uma bolsa de 1.500$000 réis mensais para pagar a faculdade e 300$000 réis anuais para cobrir os gastos as suas despesas gerais.

Foi a primeira bolsa de estudos concedida pelo governo a uma mulher. Com a amiga Josefa Agueda Mercedes de Oliveira,[6] criou nos Estados Unidos o jornal A Mulher. Distribuído para as redações dos principais jornais brasileiros, defendia a emancipação da mulher.[7]

Formou-se em 1881, com a solenidade de formatura realizada no Hall Asosciation de New York, e seu diploma foi expedido em 29 de março do mesmo ano, conforme afirmou Ivone Costa, neta de Maria Augusta, em entrevista ao jornal O Globo, de abril de 1954. Foi oradora da turma tendo recebido uma medalha de ouro, pelo excelente desempenho durante o curso e pela sua brilhante tese sobre as Moléstias da Pele. Autorizada por D. Pedro II, ficou mais um ano nos Estados Unidos em estágio. Regressou ao Brasil, em outubro de 1882, quando recebeu diversas homenagens e foi recebida em audiência especial, em primeiro de novembro, pelo Imperador que lhe recomendou o atendimento de mulheres.

Conforme determinava a Constituição de 1832, prestou exames na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro e o seu diploma foi revalidado, passando a exercer sua profissão durante muito tempo, dedicando-se prioritariamente à saúde de mulheres e crianças, atendendo ao compromisso estabelecido com D. Pedro II. Em 1884 conheceu o farmacêutico alagoano Antonio Costa Moraes, herói de guerra e proprietário da Farmácia Normal, com quem se casou e foi mãe de cinco filhos: Samuel, Matilde, Bárbara, Luciano e Antonio. Em uma das salas da farmácia instalou seu consultório onde também atendia gratuitamente aos mais necessitados.

Maria Augusta dividiu a existência entre eles e os pacientes, aos quais se dedicou com desvelo e carinho. Ficou viúva em 1908, o que a obrigou a reduzir o atendimento médico para se dedicar mais aos filhos, porém nunca abandonou completamente os estudos e o contato com clientes e estudiosos.

O seu sucesso e a repercussão da sua trajetória acadêmica foram muito importantes para que, em 19 de abril de 1879, o Império aprovasse a Reforma Leôncio de Magalhães que abriu as instituições de Ensino Superior às mulheres. A sua perseverança estimulou outras jovens a efetuarem suas matrículas em cursos superiores brasileiros. Faleceu em 18 de abril de 1946.

Quando o acesso das mulheres aos cursos superiores foi viabilizado, em 1879, várias províncias apresentaram candidatas ao curso de medicina. Esta profissão, até então exclusiva dos homens, estava agora disponível para as mulheres brasileiras.

No Sul, três gaúchas travam uma interessante disputa cultural: a obtenção do primeiro diploma de Doutora em Medicina em uma faculdade nacional. Ermelinda Lopes de Vasconcelos, Antonieta César dias e Rita Lobato ingressaram, em 1894, na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Ermelinda formou-se em 26 de dezembro de 1888. Antonieta foi diplomada em dezembro de 1899.

Rita Lobato Velho Lopes, nascida em sete de junho de 1866 na cidade de São Pedro do Rio Grande – RS, filha de Francisco Lobato e Carolina Lobato. Algumas semanas depois, foi levada para a Estância de Santa Izabel, próxima a Pelotas, onde o pai era comerciante de charque. Seus pais mudaram-se para Pelotas, quando Rita tinha nove anos e onde ela frequentou várias escolas, sempre com grande destaque e sempre respeitada e elogiada por colegas e professores.

A jovem encontrava-se em Porto Alegre, em três de junho de 1883, estudando para os exames preparatórios, quando recebeu a notícia da morte da sua mãe que a consternou. Lembrou-se do que ela sempre lhe solicitara: Minha filha! Se fores médica algum dia, pratica sempre a caridade. Nunca esqueceu o pedido e, anos depois, ao clinicar, atendeu e auxiliou aos necessitados. A perda de Rita Carolina fortaleceu a decisão de ser médica. A família decidiu mudar-se para o Rio de Janeiro. No dia 31 de março de 1884, sem perder tempo, pouco depois da chegada à cidade Rita inscreveu-se no curso de Medicina.[8]

Rita tinha receio sobre a recepção dos colegas, pois era recente o convívio com as jovens estudantes, mas surpreendeu-se com a amizade recebida. Concluiu o primeiro ano com distinção, obtendo nota plena que significava grau elevado nas disciplinas.

Mas, ao término do primeiro do ano, um incidente mudaria os planos. Promulgada a Reforma Felipe Franco de Sá, através do Decreto nº 9311, em 25 de outubro de 1884, alterando os Estatutos das Faculdades, muitos alunos rebelaram-se.

O protesto dos estudantes, que a consideravam rígida, criou problemas com alguns mestres. Entre os alunos encontrava-se Antonio Lobato, um dos irmãos de Rita que estudava na mesma faculdade. Impetuoso, antagonizou-se com os professores. Acreditando que os filhos seriam vítimas de alguma vingança ou represália na Faculdade, pela atitude de Antonio, o pai preferiu, por imprudência, mudar-se com a família.[9]

Em 14 de maio de 1885, chegaram a Salvador, e no mesmo mês e Rita, com a documentação exigida pelos novos estatutos, iniciou o segundo ano médico. Em 18 de maio começa a frequentar o curso, sendo a primeira mulher a estudar na Faculdade de Medicina da Bahia. Foi bem acolhida pelos professores e alunos. O Decreto nº 9311 possibilitava aos estudantes a antecipação dos exames, e Rita, ávida em formar-se para poder casar e ser a primeira mulher médica formada no Brasil estudava intensamente para alcançar o objetivo. A vida acadêmica era estafante, porém ela queria concluir o curso com brevidade. Entre 1885 e 1887 gozava apenas um descanso de fim de ano. Com sua determinação, realizou em pouco mais de três anos um curso que exige seis. Sempre foi assídua e dificilmente faltava às aulas.

Rita logo percebeu que bastava redobrar os esforços para ser a primeira Doutora em Medicina formada no Brasil. Assim, após 48 dias de aulas, requereu exames da maior parte das disciplinas da segunda série médica, sendo aprovada com nota plena. E assim continuou se dedicando de corpo e alma, sem descanso, ao estudo da Medicina. Em oito de agosto de 1887, requereu inscrição na sexta série, fazendo seus últimos exames em 24 de outubro com óbvia aprovação total.

Em 24 de novembro defendeu brilhantemente a tese Paralelo Entre os Métodos Preconizados na Operação Cesariana, considerada ousada para a época e surpreendeu professores, recebendo do corpo docente da tradicional faculdade baiana as maiores considerações e sendo aprovada com distinção. A formatura ocorreu em 10 de dezembro de 1887 no Salão Nobre da Faculdade.

Em 20 de dezembro do mesmo ano, Rita deixou Salvador e foi para Rio Pardo – RS. Durante um ano e meio atendeu em Porto Alegre a muitos chamados e realizando dezenas de partos. Casou-se em 18 de julho de 1889 na Estância Santa Vitória com Antonio Maria Amaro de Freitas, seu grande amor desde a infância. Em 26 de outubro de 1890, nasceu Isis, a filha única do casal. Viajaram para a Europa e na volta adquiriam, em 1891, a Estância de Capivari, onde passaram a residir. Viajou a Buenos Aires em março de 1910 para recreio e estudos. Chegou em abril e, durante cinco meses, visita alguns hospitais, assiste a cursos e conferências. No final de setembro retornou ao Rio Grande do Sul e voltou a clinicar atendendo a qualquer hora do dia ou da noite.

Em 1925, após 15 anos de atendimento em sua clínica, doou o material cirúrgico que possuía a Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre e encerrou suas atividades.

Com o falecimento de seu companheiro, em 20 de setembro, de 1926, passou a dedicar-se ao movimento pioneiro das lideres feministas que lutavam pelos direitos políticos da mulher brasileira. Em 1934 filiou-se ao Partido Libertador e, em 21 de agosto de 1934, foi eleita primeira vereadora de Rio Pardo. Em 1937, o golpe do Governo Getúlio Vargas transformou o regime politico brasileiro em uma ditadura, interrompendo seu mandato. Mesmo assim continuou ativa na politica.

Em seis de janeiro de 1954 faleceu a primeira médica formada no Brasil.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E SITIOGRÁFICAS

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ABREU, Janaina. Maria Augusta Generoso Estrella. Disponível em:

Acesso em: 27/12/2010.

CAPUANO. Yvonne. Rita Lobato Velho Lopes. Disponível em:

Acesso em: 27/12/2010.

GUIMARÃES, Mário V. Josefa Agueda: uma heroína de Tejucupapo. Disponível em:

Acesso em: 27/12/2010.

SILVA, Alberto. A primeira médica do Brasil. Rio de Janeiro: Irmãos Pongetti Editora, 1954.

TRINDADE, Ana Paula Pires & TRINDADE, Diamantino Fernandes. Leituras Especiais sobre Ciências e Educação. São Paulo: Ícone Editora, 2009.


[1] No site da Fundação Nobel, www.nobel.se, pode-se obter informações sobre os laureados desde 1901.

[2] Atual Hobarth and William Smith Colleges.

[3] A primeira médica do Brasil.

[4] O jornal New York Herald, de 23 de abril de 1875, noticiou com destaque a chegada da jovem brasileira, louvando sua intrépida decisão.

[5] O New York Medical College and Hospital For Women foi criado por um ato especial, sob a responsabilidade da Universidade do Estado de New York em 14 de abril de 1863. The charter of this institution is still valid. Dr. Clemence S. Lozier was the pioneer who made it possible for women to study medicine in New York City.A Dra. Clemence S. Lozier foi a pioneira que tornou possível as mulheres estudarem medicina em New York City. Em 1918, os administradores, de acordo com o presidente do seu Conselho de Administração, fechou a faculdade e asThe women students were transferred to the New York Homeopathic Medical College and Fifth Avenue Hospital . alunas foram transferidas para a New York Medical College e Homeopática Fifth Avenue Hospital. Now, through the courtesy of the Dean, Dr. JAW Hetrick, the portrait of Dr. Clemence Sophia Lozier hangs in that College.

[6] Natural de Tejucupapo, distrito do Município de Goiana, Pernambuco. Filha do advogado Romualdo Alves de Oliveira. Recebeu uma bolsa de estudos da Assembleia Legislativa do Estado de Pernambuco para estudar nos Estados Unidos (nota do autor).

[7] Janaina Abreu. Pioneira só pode estudar em New York.

[8] Yvonne Capuano. Rita Lobato Velho Lopes.

[9] Yvonne Capuano. Rita Lobato Velho Lopes.